domingo, 30 de janeiro de 2011


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011




"...e foi assim: desde a hora que abriu os olhos

teve certeza: hoje, seria um dia mágico."
(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Claro que se o dinheiro falta, se a saúde vacila, se o amor arma alguma cilada, seu desejo de rir será pouco. Mas combata a depressão. Cultive o bom humor, como quem cultiva um bom hábito. Esforce-se para ser alegre.
Afaste os sentimentos mesquinhos que provocam o despeito, a inveja, o sentimento de fracasso, que são origem de infelicidade.
Adote uma filosofia otimista, eduque-se para ser feliz.(...)
Seja feliz, se quer ser bonita!'


Clarice Lispector

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Zero Grau de Libra, por Caio Fernando Abreu



“Sobre todos aqueles que continuam tentando,
Deus, derrama teu Sol mais luminoso”



E porque fé, quando não se tem, se inventa e principalmente porque Deus, se é que existe, anda distraído demais, resolvi chamar a atenção dele para algumas coisas. Não que isso possa acordá-lo de seu imenso sono divino, enfastiado de humanos, mas para exercitar o ritual e a fé – e para pedir, mesmo em vão, porque pedir não é só bom, mas às vezes é o que se pode fazer quando tudo vai mal. Neste zero grau de Libra, queria pedir isso a que chamamos Deus um olho bom sobre o planeta Terra. Um olho quente sobre o mendigo gelado que acabei de ver sob a marquise do cine Majestic; Deus, põe teu olho amoroso sobre todos os que já tiveram um amor sem nojo nem medo, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem. Passeia teu olhar fatigado pela cidade suja, Deus, e pousa devagar tua mão na cabeça daquele que, de noite, liga para o CVV. Olha bem pelo rapaz que, absolutamente só, dez vezes repete Moon Over Bourbon Street e chora. Coloca um spot bem brilhante no caminho das garotas performáticas que para pagar o aluguel dão duro como garçonete pelos bares. Olha também pelo motorista de táxi que confessa não ter mais esperança alguma. Olha por todos aqueles que queriam ser outra coisa qualquer que não a são, e viver outra vida que não a que vivem. Deita teu perdão sobre os homossexuais tontos de amor não dado, sobre as prostitutas seminuas, sobre os travestis, sobre os porteiros dos prédios comendo sua comida fria nas ruas. Sobre o descaramento, a sede e a humildade, sobre todos que de alguma forma não deram certo, sobre todos os que continuam tentando por razão nenhuma – sobre esses que sobrevivem a cada dia ao naufrágio de uma por uma das ilusões. Sobre as antas poderosas, ávidas de matar o sonho alheio – não. Derrama sobre elas o seu olhar mais impiedoso, Deus, e afia tua espada. Que no zero grau de Libra, a balança pese exata na medida do aço frio da espada da justiça. Mas, para nós, que nos esforçamos tanto e sangramos todo o dia sem desistir, envia teu Sol mais luminoso, esse do zero grau de Libra.